História e evolução
O Brasília foi um dos primeiros Volkswagen a serem projetados e construídos fora da matriz alemã, sendo o também brasileiro SP2 o primeiro. O então presidente da Volkswagen do Brasil, Rudolph Leidig, inspirado pelo SP2, desafiou os engenheiros da marca a produzir uma nova versão do Fusca, porém adaptado ao mercado nacional. O modelo deveria oferecer mais espaço, deveria utilizar a mesma mecânica, porém deveria parecer mais contemporâneo. Após uma série de protótipos, finalmente José Vicente Martins e Márcio Piancastelli apresentaram o conceito do que seria o modelo final. Semelhante a uma "mini-Variant", com uma versão modernizada da dianteira desse veículo, era 2 centímetros menor do que o Fusca, porém com o mesmo entre-eixos, maior espaço interno, ampla área frontal envidraçada, satisfatório porta-malas dianteiro e uma prática tampa hatchback para o porta-malas traseiro. O design retilíneo da carroceria, com linhas suaves e equilibradas, foi inovador na época. Esta característica privilegiava um amplo espaço interno para os passageiros, algo difícil de se encontrar na época em carros do segmento do Brasília.Quando este modelo alcançou a fase de testes, um repórter conseguiu fotografar alguns modelos em ruas próximas à fábrica. Os seguranças tentaram afastá-lo, e quando falharam, decidiram atirar contra seu carro. O incidente causou alguma comoção na imprensa nacional, levando a Volkswagen a se desculpar publicamente. Entretanto a notícia alavancou a venda da revista Quatro Rodas que comprou as fotos do então repórter free-lancer Cláudio Larangeira, que logo depois seria contratado pela revista.[1].O novo veículo foi oficialmente apresentado ao público em Junho de 1973, apenas um mês depois do lançamento de seu principal concorrente, o Chevrolet Chevette.Embora seja muito semelhante a outros modelos, tais como a Volkswagen Variant e o TL, a plataforma era na verdade a mesma do Fusca, com o mesmo motor boxer montado na traseira e refrigeração a ar.
Diferente do Fusca (que na época era vendido com motorizações de 1300 ou 1500 cm3), o Brasília era oferecido somente com motor 1600 cm3, assim como o VW 1600 - apelidado "Zé do Caixão" - e a Variant. No ano de seu lançamento, 1973, o motor 1,6 litro do Brasília era alimentado por um único carburador modelo Solex 30, gerando 60 cv brutos de potência. Muitos motoristas porém exigiam melhor desempenho e economia do Brasília. A resposta da Volkswagen foi o lançamento do motor 1,6 litro alimentado por dois carburadores modelo Solex 32, no ano de 1976. O carro agora tinha 65 cv brutos de potência (48 líquidos), com mais torque e economia de combustível. Pelo sucesso alcançado, esta viria a ser a motorização predominante do Brasília nos anos seguintes de produção.
No ano de 1980 foi lançada uma versão com motor 1,3 litro, exclusiva porém dos veículos movidos a álcool combustível. No entanto, devido ao baixo desempenho e alto consumo de combustível deste motor no Brasília, a versão movida a álcool foi um fracasso de vendas, permanecendo o motor 1,6 litro a gasolina como o mais procurado.As primeiras versões do Brasília possuíam acabamento interno com materiais simples, porém bem feito. Apenas em 1977 surgiria pela primeira vez a opção de um revestimento interno mais luxuoso e confortável, chamado de acabamento monocromático. Este acabamento era disponível nas cores preto e marrom, combinando teto, revestimentos laterais, piso e bancos em degradês de uma mesma cor. O piso das versões monocromáticas era de material acarpetado.Em 1978 era feito o primeiro face-lift na trajetória do Brasília. As mudanças porém foram discretas. Os delgados para-choques de cantos arredondados passaram a ser mais robustos com cantoneiras plásticas de formato retangular, o capô dianteiro ganhava dois vincos longitudinais estampados, e as lanternas traseiras recebiam uma nova superfície plástica estriada, semelhante à dos veículos Mercedes-Benz. No entanto, alguns pontos falhos da estética, como a grade metálica que cobria o silencioso do escapamento na parte traseira do veículo, permaneciam inalterados.Em 1979 surgiu a versão LS, a de maior luxo na história do Brasília, oferecendo apoios de cabeça nos bancos dianteiros, além de detalhes de acabamento externos exclusivos como frisos laterais, apliques emborrachados nas lâminas dos para-choques e novas cores metálicas. Também foram oferecidos equipamentos extras como desembaçador elétrico do vidro traseiro, relógio e vacuômetro.
Houve também uma versão de 4 portas (na Europa conta-se a porta traseira) que foi o primeiro hatchback genuíno nacional com essa configuração. Foi exportado para países como Filipinas,Nigéria (neste país o veículo era chamado Volkswagen Igala) e para Portugal. Mesmo sendo produzido no Brasil, esse modelo só passou a ser comercializado no mercado brasileiro no final de 1978, já como modelo 1979, onde foi utilizada principalmente como táxi, devido à rejeição dos brasileiros na época aos carros com 4 portas. O México foi o único país além do Brasil a fabricar o Brasília, mas somente na versão de duas portas, que inclusive chegou a apareceu em um episódio do seriado Chaves como o carro de Seu Barriga.
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